sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vésperas de Maio.

Mogi Das Cruzes, 29 de abril de 2011.
Bom dia! As vésperas do meu 1º dia das mães oficial (o 1º foi quase mãe) e do 1º aniversário do meu filho eu me encontro ansiosa e muito feliz.
Ansiosa porque eu, como agenda ambulante que sou, fico com a cabeça a mil por hora, o filme de todos os momentos desde a minha gravidez até agora, como eu evoluí como pessoa, como meu filho se desenvolveu, e pelo simples fato de eu ser mãe.
Eu sou Mãe. E meu filho tem quase um ano. Eu, Ana Carolina Escobar Cucick Severino Pereira, tenho um filho de quase UM ano.
Você pode pensar, bom, Carol, a tendência é essa, mês a mês..e talz...
Mas é muito mais louco que isso (tá, eu sei que pra mim tudo é muito louco e emocionante...rs)
Mas ver um bebê desenvolver habilidades já é legal. Assistir o desenvolvimento de um bebê que é seu, veio de você, é uma parte sua, e ele se desenvolveu porque você contribuiu, é muito mais legal!
Cada mês que eu ia no pediatra e ele tinha crescido mais, engordado mais, eu sabia que era porque eu era uma ótima mãe que alimentava ele do modo certo, que eu estava fazendo tudo certo.
Cada habilidade nova, rolar,olhar pro lado que está vindo um som, sentar, ficar de pé, pegar as coisas, danças, bater palmas, dar tchau...tudo isso porque eu ensinei!
E os dentinhos? Cada um significava que meu pequeno estava crescendo. É assustador o não-controle que eu tenho sobre o tempo e sobre essa parte minha que tem vida própria.
As comidas e os gostos novos. As caretas que ele faz quando descobre um sabor novo, ou quando ele adora e bate palma, estala a língua. Ou quando eu faço mamadeira e ele a pega da minha mãe e leva direto pra boca. Ele simplesmente sabe o que está fazendo.
E agora ele está quase andando... Até janeiro ele só ficava sentado. E daí começou a se arrastar, mas só pra trás, então eu o ajudava a se mexer pra frente, uma mão de cada vez, uma perninha de cada vez. E quando ele aprendeu a se arrastar pra frente, o ensinei a usar os joelhos.
Então ele foi aprendendo a usar os joelhos, se apoiar e a ficar de pé. E a andar de lado se apoiando na minha cama. E então ele se apoiava com uma mão e brincava com a outra. E quando olhei ele segurou um brinquedo com as duas mãos e continuou de pé!
Agora ele tenta andar. Às vezes dá 1, 2, 3 passos e cai sentado. Então se apóia de novo em alguma parede pra ficar de pé e tenta de novo.
Aliás, outra coisa que aprendi com meu filho foi a ter insistência e paciência. É tão natural para os bebês serem assim: tentar coisas novas, e superar seus próprios limites, porque no momento que eles estiverem prontos, eles vão conseguir.
Um bebê de 1 mês não consegue rolar na cama porque seu corpinho é mole e ele não tem coordenação motora, mas ele já olha para todos os lados com seus pequenos olhos.
E com o tempo consegue mexer a cabeça, depois tem força nos braços e pernas para rolar para um lado, depois para o outro... Cada coisa no seu tempo, dentro do seu limite, pacientemente.
E é lindo.
E agora, quase um ano depois do Matheus ter nascido, ele está superando seu medo de se soltar. Ele se equilibra, ele está feliz por que ele sabe o que está fazendo, e se concentra e vai em frente, sorrindo, e quando caí, ele ri, engatinha até outro apoio e tenta de novo.
“viver e não ter a vergonha de ser feliz.”

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tks 4 the memories

Relendo as conversas no msn de quando eu contei pros meus amigos que eu estava grávida.

Em todas, minha felicidade de ter um filho e o lamento e a raiva do pai dele.
E agora, o Matheus prestes a completar 1 ano as coisas ainda não mudaram.
E eu me pergunto se um dia mudarão...

Durante a gravidez eu tive medo, claro. Medo de ter uma vida em minhas mãos, de como seria ter alguém dependente de mim, eu ligava pras minhas amigas e falava, "o que eu vou fazer com uma criança, o que eu tô fazendo? eu não sei fazer isso!" e elas sempre me diziam pra eu ficar calma, que tudo ia dar certo, que eu mesma tinha dito que estava tudo bem há 2 dias, pq eu tinah mudado de ideia...rs

Mas o que independente disso, eu sempre quis ter meu filho. Não sabia como as coisas iam ser, o que ia ser da minha vida, como iria resolver as coisas, mas tinah certeza que as coisas se resolveriam.

E o que eu sempre tive raiva era da única coisa que eu não podia resolver: fazer do pai do Matheus um pai.

Ele ficou lá o tempo todo, falando que estava com medo, se cobrando pra cair a ficha, dizendo que me ligaria, que iria, que faria, e não ligou, não foi e não fez.

Eu sempre soube que ele não faria. Na verdade eu sempre soube que ele faria exatamente o que ele está fazendo agora: N-A-D-A. Mas apesar de saber, eu sempre achei a ideia absurda: um homem ignorar a existencia do seu proprio filho? Ignorar, fingir que nada acontece?

Ainda que eu compreenda que para a mulher é mais facil admitir e viver a maternidade, as coisas do meu ponto de vista são de um nível que simplesmente beira o mau-caratismo. E isso dói.

Dói porque é o pai do meu filho aquele cara que vira as costas cada vez que eu passo ao seu lado.
Me dói porque foi naquele homem que eu confiei e acreditei durante 5 anos da minha vida.
E me dói porque eu me enganei mais do que loucamente. Cegamente.

O que me alivia a dor é saber que essa mesma enganação que eu sofri, me ajuda a proteger meu filho.
E se ele me enganou, ao menos ele tem a decência de não se aproximar pra não ter a chance de enganar ao meu filho. Ainda que decência não combine com ele.

E é tão engraçado eu ver algum documento do Matheus e sempre bater o olho naquele sobrenome. Cada vez que eu vejo eu acho que é algum documento daquele meu ex-namorado da adolescência perdido por aqui.
E então o cara que eu me apaixonei e o homem que é o pai do meu filho se dividem, e apenas tem o mesmo nome, sobrenome e rosto. Por que são duas pessoas completamente diferentes.

E meu filho? Meu filho não tem nada a ver com nada disso. Meu filho é MEU. Eu não consigo enxergar ele no meio dessa sujeira. Dessa nojeira, desse mau-caratismo, pseudo-orgulho. Meu filho não tem nada a ver com as mentiras que eu acreditei ou deixei de acreditar.

Não, gente, apesar da semelhança física, não é isso o que me corrói. Apesar de eu ver o pai quase toda semana, não é isso que me dói.

O que me dói é saber que eu não mudei minha raiva nem meu modo de pensar, simplesmente porque ele não mudou, nem nunca vai mudar.

Eu não tenho a doçura adolescente de querer mudar o mundo, nem a crença no crescimento e amadurecimento das pessoas pra pensar que um dia ele vai se arrepender.
Mas eu também não tenho o amor louco e sofrido pra lamentar que nós não fomos felizes para sempre.

Eu lamento o fato de ele ser assim. De ele sempre ter sido assim. E de eu sempre ter tentado mudá-lo ou me adaptar ao seu jeito de ser. E que agora, cada um vive livre a sua maneira, mas meu filho pode sofrer as consequências das tentativas frustradas de um amor morto.

Apesar de não acreditar na mudança, eu tenho medo que ele mude. Porque eu vou sentir falta de ser só eu e meu filho, vou sentir falta da minha paz.

Durante a gravidez eu cheguei ao ponto de não querer colocar o nome dele pra não me irritar, pra ele nao poder cobrar nada. Mas eu escolhi meu filho. Um dia ele vai cobrar. Mas um dia o pai tambem pode.

Muitos medos já se foram porque muitas coisas aconteceram desde que eu descobri que estava grávida. Mas cada vez que eu olho aquele ser que não tem mais nenhuma caracteristica das minhas doces lembranças de amor, eu fico indiferente a tudo. Não reconheço que ele é pai do Matheus.

E eu nao tenho mais nenhuma teoria a respeito dele. Só as minhas lembranças.