quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tks 4 the memories

Relendo as conversas no msn de quando eu contei pros meus amigos que eu estava grávida.

Em todas, minha felicidade de ter um filho e o lamento e a raiva do pai dele.
E agora, o Matheus prestes a completar 1 ano as coisas ainda não mudaram.
E eu me pergunto se um dia mudarão...

Durante a gravidez eu tive medo, claro. Medo de ter uma vida em minhas mãos, de como seria ter alguém dependente de mim, eu ligava pras minhas amigas e falava, "o que eu vou fazer com uma criança, o que eu tô fazendo? eu não sei fazer isso!" e elas sempre me diziam pra eu ficar calma, que tudo ia dar certo, que eu mesma tinha dito que estava tudo bem há 2 dias, pq eu tinah mudado de ideia...rs

Mas o que independente disso, eu sempre quis ter meu filho. Não sabia como as coisas iam ser, o que ia ser da minha vida, como iria resolver as coisas, mas tinah certeza que as coisas se resolveriam.

E o que eu sempre tive raiva era da única coisa que eu não podia resolver: fazer do pai do Matheus um pai.

Ele ficou lá o tempo todo, falando que estava com medo, se cobrando pra cair a ficha, dizendo que me ligaria, que iria, que faria, e não ligou, não foi e não fez.

Eu sempre soube que ele não faria. Na verdade eu sempre soube que ele faria exatamente o que ele está fazendo agora: N-A-D-A. Mas apesar de saber, eu sempre achei a ideia absurda: um homem ignorar a existencia do seu proprio filho? Ignorar, fingir que nada acontece?

Ainda que eu compreenda que para a mulher é mais facil admitir e viver a maternidade, as coisas do meu ponto de vista são de um nível que simplesmente beira o mau-caratismo. E isso dói.

Dói porque é o pai do meu filho aquele cara que vira as costas cada vez que eu passo ao seu lado.
Me dói porque foi naquele homem que eu confiei e acreditei durante 5 anos da minha vida.
E me dói porque eu me enganei mais do que loucamente. Cegamente.

O que me alivia a dor é saber que essa mesma enganação que eu sofri, me ajuda a proteger meu filho.
E se ele me enganou, ao menos ele tem a decência de não se aproximar pra não ter a chance de enganar ao meu filho. Ainda que decência não combine com ele.

E é tão engraçado eu ver algum documento do Matheus e sempre bater o olho naquele sobrenome. Cada vez que eu vejo eu acho que é algum documento daquele meu ex-namorado da adolescência perdido por aqui.
E então o cara que eu me apaixonei e o homem que é o pai do meu filho se dividem, e apenas tem o mesmo nome, sobrenome e rosto. Por que são duas pessoas completamente diferentes.

E meu filho? Meu filho não tem nada a ver com nada disso. Meu filho é MEU. Eu não consigo enxergar ele no meio dessa sujeira. Dessa nojeira, desse mau-caratismo, pseudo-orgulho. Meu filho não tem nada a ver com as mentiras que eu acreditei ou deixei de acreditar.

Não, gente, apesar da semelhança física, não é isso o que me corrói. Apesar de eu ver o pai quase toda semana, não é isso que me dói.

O que me dói é saber que eu não mudei minha raiva nem meu modo de pensar, simplesmente porque ele não mudou, nem nunca vai mudar.

Eu não tenho a doçura adolescente de querer mudar o mundo, nem a crença no crescimento e amadurecimento das pessoas pra pensar que um dia ele vai se arrepender.
Mas eu também não tenho o amor louco e sofrido pra lamentar que nós não fomos felizes para sempre.

Eu lamento o fato de ele ser assim. De ele sempre ter sido assim. E de eu sempre ter tentado mudá-lo ou me adaptar ao seu jeito de ser. E que agora, cada um vive livre a sua maneira, mas meu filho pode sofrer as consequências das tentativas frustradas de um amor morto.

Apesar de não acreditar na mudança, eu tenho medo que ele mude. Porque eu vou sentir falta de ser só eu e meu filho, vou sentir falta da minha paz.

Durante a gravidez eu cheguei ao ponto de não querer colocar o nome dele pra não me irritar, pra ele nao poder cobrar nada. Mas eu escolhi meu filho. Um dia ele vai cobrar. Mas um dia o pai tambem pode.

Muitos medos já se foram porque muitas coisas aconteceram desde que eu descobri que estava grávida. Mas cada vez que eu olho aquele ser que não tem mais nenhuma caracteristica das minhas doces lembranças de amor, eu fico indiferente a tudo. Não reconheço que ele é pai do Matheus.

E eu nao tenho mais nenhuma teoria a respeito dele. Só as minhas lembranças.

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