domingo, 4 de abril de 2010

A experiência.

me perguntam muitas coisas. como eu to, como ta o bebe, como nós estamos, e o pai, e minha vida, mas a q eu nunca sei responder é "como é a experiencia de ser mae?"
a 1a vista eu poderia dizer q nao sei, ja q o bebe nao nasceu ainda.
mas é inegavel a mudança de comportamento fisico e psiquico a partir do momento em q abri o envelope, li positivo, suspirei, dei boa noite pras meninas da recepçao e liguei em panico pro dito e disse "to gravida!"

vamos direto ao ponto.
acabei de ver juno pela 2a vez. a 1a faz mais de um ano, e eu nao gostei qdo vi.
nao gostei pq achei os personagens apaticos, nao consegui ver reaçao de ngm diante do fato da menina estar gravida, como se fosse a coisa mais normal do mundo uma menina de 16 anos engravidar e decidir oq ia fazer.
e agora, com a catarse de quem acabou de ver o filme e de quem leu oq escreveu eu me sinto.
nao é apatia.tipo, é um acontecimento, temos q tomar uma decisao, sim. tomamos, entao siga em frente.
é oq ela fez, oq a familia fez, oq o namoradinho fez. e oq a mulher q adotou o bebe apesar do cara ter largado ela no meio do caminho fez.

foi oq eu fiz.

na trajetoria dos acontecimentos eu quebrei meus preconceitos.
assim como as pessoas "tecnicamente" me chamaram de burra e/ou louca de assumir oq eu sou (grávida, solteira, 21 anos e buxixeira), eu tbm tinha essa impressao das maes solteiras novas q eu vi passar pela minha vida.
até q eu me vi na situaçao. e percebi q ha mais coisas entre o ceu e a terra do que entende nossa vã filosofia.
a gente nao controla os fatos, e isso nao tem nada a ver com o ato.

oq eu nao gostei na 1a vez q vi juno era q a gravidez pra mim era um great deal, e todo mundo agia como se fosse what-ever. mas na verdade quando as coisas acontecem, é um deal e ponto final. nao importa o tamanho, e a unica coisa q voce pode fazer é decidir como vai viver com o acontecimento. e seguir em frente.

eu tinha medo q meu pai nao olhasse mais pra mim com os olhos de "minha menina", q só me olhasse me culpando por eu expor minha vida sexual pra todo mundo com a minha barriga por ai, e q ficasse puto pelo prejuizo q eu ia dar pra ele, e por eu ser a decepçao da vida dele, pq nao era isso q ele sonhava pra mim.
mas nao. logico q ele nao ficou feliz, mas ele ficou preocupado comigo, com medo da minha reaçao, se eu ia ficar revoltada de ter q mudar meus planos ou se eu estava feliz. e só falou pra eu me cuidar.
e hoje em dia ele passa a mao na minha barriga e ta tudo bem.

e eu tive medo de largar tudo. tive medo de ficar sozinha. tive medo que o pai do bebê nao fizesse nada.
eu larguei tudo, pq eu tive q começar a planejar as coisas em cima do q existe. e agora existe um filho, e até ele ter idade pra ir pra creche ou sei la oq, eu tenho q ver meus horarios pra trabalhar, estudar ou sei la oq tbm.
sozinha eu nao to. tive meus momentos de carencia, de cobrança, tenho meus momentos depre de falta doq fazer pq fico tempodemais em casa. mas minha familia ta aqui, e as amigas tao por perto.
ja o pai do bebê está fazendo tudo que eu nunca imaginei q faria, pq afinal de contas, eu nunca pensei q engravidaria dele nas circunstancias...enfim, nunca pensei nada disso, entao oq vier é lucro...rs

mas hj eu entendi a juno. e me entendi tbm.
nao era desapego q ela tinha. era segurança na decisao.
foi altruista, mas pq ela via no sorriso da mulher q ia adotar o sentimento q ela (juno) nao tinha.
como ela colocou no fim do filme, "eu nao quis ver o bebe pq ele sempre foi dela".

e meu desapego com o resto das coisas, que pros outros parece ser tao dificil ou sei la oq, pra mim é normal por isso.
pq ele é meu. é minha segurança na minha decisao.

como é a experiencia? descoberta do que eu vou descobrir.
esses 7 meses tem sido a descoberta de mim.
e o resto da minha vida com o matheus vai ser a descoberta do mundo.

"vamos descobrir o mundo juntos, baby, quero aprender com o seu pequeno grande coração"

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